Entrevista a Maria Heitor no Record

A Maria estreou-se este fim de semana como fiscal de linha num jogo da Divisão de Honra, assim por ter sido a primeira mulher a fazê-lo, o Record convidou-a para realizar uma entrevista, que foi publicada hoje no Record.


"Primeira entre iguais


MARIA HEITOR INTEGRA EQUIPA DE ARBITRAGEM

Maria tinha apenas 10 anos quando jogou râguebi pela primeira vez mas não gostou. Por isso, ao fim de três meses desistiu. Só alguns anos mais tarde, por influência de uma amiga, voltou ao contacto com a oval e acabou por desenvolver uma paixão avassaladora, que promete acompanhá-la pelo resto da sua vida.Hoje, aos 19 anos, é jogadora, treinadora e árbitra, bem como estudante de Gestão do Desporto na FMH, em Lisboa. E este fim-de-semana foi fiscal-de-linha no Belenenses-Agronomia, entrando para a história como a primeira mulher a integrar a equipa de arbitragem numa partida de homens do principal escalão nacional.“Estou orgulhosa mas não me sinto diferente”, conta a jovem Maria Heitor, que não tem, para já, a pretensão de passar a árbitra principal da Divisão de Honra. “Ainda não estou preparada, é uma grande responsabilidade. Requer uma boa preparação física porque o jogo dos homens é muito musculado.”Maria representa a equipa feminina do Agronomia, onde também orienta equipas de jovens (Sub-14). Aliás, foi aí que desenvolveu o gosto pela arbitragem. “Quando organizávamos torneios de miúdos às vezes faltava um árbitro e oferecia-me para apitar. Depois, fiz um curso de iniciados e passei, este ano, a arbitrar jogos de Sub-16.”Agora foi-lhe concedida a oportunidade de ajuizar uma partida de seniores masculinos. “Foi bom. Mas, claro, ouvi ‘bocas’ do público, como é costume. Não sei especificar porque não ligo, faço de conta que não oiço. Se for um jogador, é diferente, mas as palavras da bancada não me afectam minimamente.”Sem refilarMaria gosta mais de jogar do que de arbitrar, mas o facto de já ter estado do outro lado permite-lhe ideias mais claras quando é ela quem está com a oval nas mãos.“Agora, já não posso refilar com o árbitro”, admite, bem-humorada. “Peço às minhas colegas para também não o fazerem, porque sei o que custa estar do outro lado...”"



in Record - http://www.record.pt/noticia.asp?id=765397&idCanal=2438